Povo Baniwa e Coripaco, reivindicam a criação de Escolas Estaduais de Ensino Médio Indígena

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Grupos de trabalho

A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro – FOIRN, desde sua fundação vem lutando pelos direitos dos povos que representa, nesses seus 26 anos,  conquistou  o  acesso a saúde, educação e alternativas econômicas, nas comunidades,porém está longe do desejo das comunidades o desafio maior ainda é fazer os governantes aceitarem a Educação Escolar Indígena como politica publica para que seja aplicada nas salas de aulas, enrriquecendo a qualidade de formação de jovens indígenas para o mundo atual, para que de fato possa contribuir com sua comunidade e região com a valorização de conhecimentos tradicionais junto com tecnologia de formação ocidental.

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Participantes do V-Encontro 

O V – Encontro de Baniwa e Coripaco,  foi realizada na comunidade Tunui Cachoeira nos dias 3 a 5 de junho de 2013. Neste encontro a OIBI (Organização Indígena da Bacia do Içana) em parceria com ACEP (Associação Conselho da Escola Pamáali) reuniu  400 pessoas para discutir principais problemas e dificuldades enfrentadas pelas comunidades Baniwa e Coripaco nos últimos tempos na educação básica como direito especifico da Educação Escolar Indígena. O encontro teve apoio da FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), ISA (Instituto Socioambiental), FUNAI (Coordenação Regional Rio Negro Funai São Gabriel da Cachoeira), SEMEC (Secretaria Municipal de Educação de São Gabriel da Cachoeira), SEDUC (Secretaria Estadual de Educação e Qualidade do Ensino no Estado Amazonas), SEIND (Secretaria Estadual para Povos Indígenas do Amazonas) e CEEI (Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena do Amazonas). Os mesmos através de seus representantes estiveram  presentes no encontro.O povo Baniwa e Coripaco vem se organizando formalmente quatro anos depois de nova Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 que destacou capitulo específico dos direitos indígenas. A OIBI por exemplo é de 1992 e a ACEP do ano de 2000. Mas não existem somente essas duas associações. Existem 10 associações Baniwa e Coripaco e uma coordenadoria regional. Essa organização social formal do povo representa mais de 93 comunidades, mais de 6.200 pessoas no lado Brasileiro. Somando da Colômbia e Venezuela fazem mais de 17 mil pessoas pertencentes a família lingüística Aruak. Na avaliação destes povos através de seus representantes lideranças que vem trabalhando e avaliando o trabalho do movimento indígena, já logrou com sua organização o reconhecimento de suas escolas, por exemplo, a Escola Indígena Baniwa e Coripaco – EIBC, pioneiro que deu abertura aos demais criação de outras escolas que se organizaram em uma rede de escolas Baniwa e Coripaco em 2007 com objetivo de fazer intercambio de experiência pedagógica e aperfeiçoar suas atividades para se ter uma boa qualidade de ensino de acordo com a realidade, interesse e objetivo das comunidades

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A outra parte muito importante da conquista foi na área de  formação de professores. Quando criaram o seu movimento há duas décadas atrás, não havia professores formados. Tinha algumas pessoas que davam aula apenas com objetivo de fazer seus parentes saber ler e escrever. A partir de suas reivindicações o município criou o Magistério Indígena que faz hoje ter quase 200 professores ainda considerados insuficientes. Alguns professores já fizeram faculdades e outros hoje estão nos cursos de licenciaturas interculturais de acordo com as reivindicações do movimento indigena, também ainda insuficientes para suas escolas. Mas comparando uma década atrás, aumentou muito o poder pedagógico próprio. Com estas poucas conquistas hoje o povo Baniwa tem 2020 alunos no ensino fundamental completo, que representa 32% da população total, sendo 1.173 na fase inicial e 720 alunos na fase final segundo dados de 2013 da SEMEC. Este ano estão funcionando 55 escolas nas comunidades e 7 estão paralisadas. Dos 93 comunidades 62 tem escolas (66%) e 31 comunidades não tem escolas (34%). Isso significa que ainda tem muitos Baniwa e Coripaco em idade escolar que estão sem acesso a Educação Escolar. No ensino médio temos mais de 250 alunos segundo levantamento na viagem no Içana e Ayari no final do mês passado ao início deste de Maio. Apenas uma Escola matriz, demais como unidades de formação. Apesar de tudo isso, no Ensino Fundamental Completo apenas uma escola tem PPP (Projeto Político Pedagógico) aprovado no Conselho Municipal de educação. No ensino médio tem apenas uma escola matriz que não tem PPP aprovado no CEE-AM (Conselho Estadual de Educação do Amazonas).IMG_4794

A partir deste levantamento pela coordenação do encontro dá para se perguntar qual é o nível da boa qualidade do ensino para desenvolvimento sustentável e gestão territorial. É essa problemática que foi discutida no encontro, além de reivindicar a criação das Escolas de Ensino Médio que se basearam na organização regional separada em 04 grupos que definiram o local de funcionamento das escolas e nomes de futuras,O resultado dos trabalhos dos grupos demonstraram a importância e urgência da necessidade da criação de 4 escolas estaduais indígenas para o funcionamento do ensino médio indígena, em seguida encaminhadas e aprovadas por unanimidade (i) ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA BAREKENIWA; (ii) ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA TTOLEE; (iii) ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA KALIKATTAADAPA; (iv) ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA EENO HIEPOLE. E foi deliberado um grupo de liderança para se encontrar com governo do Estado para solicitar a criação da mesma e um encontro de finalização de PPPI no mês de outubro com todas as escolas.

Entrega de Material para participantes
Entrega de Material para participantes

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