Seminário de 21 anos da ACIR foi realizado em Cartucho – Médio Rio Negro

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Oficinas, palestras e depoimentos de lideranças históricas do Movimento Indígena do Rio Negro marcaram o Seminário de Comemoração de 21 anos da Associação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas (ACIR), em Cartucho – Médio Rio Negro entre 31 de agosto a 02 de setembro.

Mais de 130 pessoas de 13 comunidades indígenas do médio Rio Negro se reuniram para ouvir e conhecer a história de luta do movimento indígena no Rio Negro e especificamente da região do Médio Rio Negro.

Libório Diniz e Braz França, foram os palestrantes sobre o histórico do movimento. Dificuldades, ameaças, e desafios na época foram os principais destaques dos relatos.”Na época, os políticos diziam que estávamos invadindo território deles, e que devíamos voltar para São Gabriel da Cachoeira, por que aqui (Santa Isabel do Rio Negro), não existia mais índios”-lembra Libório.

O Braz em sua palestra disse que no início do Movimento Indígena no Médio Rio Negro as dificuldades eram grandes. “Tínhamos que enfrentar os garimpeiros que estavam invadindo a região. Por causa disso, éramos ameaçados. Levamos informações sobre os direitos que nós povos indígenas já tínhamos conquistados na Constituição Federal de 1988. Tudo era novo, ninguém sabia. Para fortalecer a nossa luta pensamos que seria muito importante criar uma associação na região, assim, criamos a CACIR (Conselho de Articulação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas), que mais tarde, se tornou a ACIR.

“Na época, os políticos daqui (Santa Isabel do Rio Negro), diziam que estávamos invadindo município de- les, e que deveríamos voltar para São Gabriel da Cacho- eira, por que aqui, não existia mais índios”- lembra o Libório. “É muito importante aos mais jovens conhecerem o histórico de luta e conhecer as conquistas, pois, assim, continuaremos nos fortalecendo”- comentou Marivelton Rodriguês Barroso, Diretor da FOIRN mediador das palestras.

Houve também uma oficina sobre o entendimento sobre os “termos” usados na Política Nacional de Gestão Territorial  e Ambiental  de Terras Indígenas (PNGATI). Os trabalhos foram coordenadas pelo cursista Vamberto Plácido, de Cartucho. O trabalho realizado faz parte de atividades de campo dos participantes do Curso Básico em PNGATI, realizado pela FOIRN em parceria com ISA e apoio do PDPI. Os resultados dos grupos de trabalhos organizados na oficina, serão apresentando pelo cursista no terceiro módulo do curso, previsto para novembro.

O evento encerrou com a festa de comemoração de 21 anos, que teve como atração principal o II Festival da Dança da Mandioca (Maniaka Murasy).

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