Com objetivo de garantir uma plataforma global e espaço liderado por indígenas para criar estratégias, aprender e planejar com visão de longo prazo dos fundos indígenas, o IFIP (Financiadores Internacionais para Povos Indígenas), promoveu encontro de lideranças indígenas na cidade de Mérida, Yucatan, México nos dias 20 a 24 de fevereiro.
A delegação brasileira foi composta por Josimara Melgueiro do povo Baré, (Fundo Indígena do Rio Negro – FIRN), Valéria Paye (Fundo Indígena da Amazônia Brasileira – Podáali) e Toya Manchineri, Coordenador Geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).
Josimara Baré gerente do FIRN, destacou a importância do evento como espaço para compartilhar experiências da Amazônia e conhecer fundos de várias partes do mundo, com realidades diferentes, porém, com algo em comum, a filantropia.
“O evento propiciou espaço para a troca de experiências entre fundo geridos por indígenas em várias partes do mundo, como em países da América Latina, África, Ártico e outros. Possibilitou também reflexões e debates sobre a relação com doadores, e sobre a transparência em relação ao nosso modo indígena de gerir esses fundos”, disse.
O Fundo Indígena do Rio Negro é projeto da FOIRN em parceria do o Instituto Socioambiental (ISA), que lançou o primeiro edital em setembro de 2021, e apoia 15 projetos comunitários desenvolvidos pelas associações de base no Rio Negro. Ao todo, foi investido cerca de R$ 978 mil que beneficiou mais de 13 mil indígenas de comunidades localizadas em três municípios do Rio Negro, onde atua a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira (AM).
A previsão de lançamento do segundo edital é no primeiro semestre de 2023.
Foram feitos palestras e grupos de trabalho sobre os temas:
– Mudança de poder: palestra sobre direitos, liderança e autodeterminação dos povos indígenas;
– Plenária: Reflexões do Encontro de ILFs e Diálogos de Jovens e Filantropia Indígena Global;
– Empreendimentos Sociais Indígenas para Autodeterminação;
– Ouvindo histórias do passado para o futuro: nutrindo o espírito intergeracional dos povos indígenas para proteger a terra;
– Elevando os Direitos Indígenas na Ação Climática;
– Como exercitamos a autodeterminação e como os financiadores podem apoiar esses esforços? Lições dos povos K’iche, Mixe e Q’eqchi em Abya Yala;
– Preenchendo a lacuna: o poder dos líderes emergentes;
– Apoiando os guardiões da Mãe Terra: colocando em prática os compromissos globais por meio de iniciativas de financiamento lideradas por indígenas;



Deixe um comentário